quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Religião. Do grego θρησκεία, do inglês religion...

Oi, meu nome é Pedro. Eu sou ateu. Fui criado por um pai e uma mãe, ambos criados "catolicamente". Minha mãe num convento, meu pai no interior do Rio. Engana-se quem pensa que eu fui criado pelo capeta. Minha mãe lia a bíblia toda noite pra família e me dizia que papai do céu tava olhando por mim. Por que minha mãe me criou assim? E como eu virei ateu?

Bom, minha mãe nunca acreditou em Deus, nem no convento. E nem conseguia acreditar que alguém acreditava de verdade. Ao longo de sua vida percebeu que religião era uma arma de controle populacional muito bom. Toda a história do povo temer a Deus, uau, senacional. Então resolveu fazer isso com os pestinhas que ela tinha parido. A princípio até que funcionou, mas seus filhos não eram assim tão inocentes. Falavam de Deus, papai noel e coelhinho da páscoa pra mim. Se pelo menos dois desses eu descobri que era mentira, o terceiro foi junto, claro.

Depois disso os serões da bíblia ficaram muito mais divertidos. Pois é, a gente ficava rindo dos absurdos que tinham naquele livro! Adão e Eva? Tenha dó! Sem dúvida o nosso preferido era a história de Jó. Pegar alguém e massacrar daquele modo só para ver se ele era fiel de verdade!

Com 10 anos eu vi de perto a paranóia de uns amigos de tentar me convencer da existência de Deus. Não era muito complicado já que os argumentos deles eram do nível de "quem criou as árvores?". Ria-me e perguntava como ele sabia que tinha sido Deus, e eles piravam só com essa resposta. A cabeça deles não podia lidar com o fato de não existir Deus, afinal foram criados assim.
Com o passar dos anos as brigas ficaram mais até interessantes, e isso foi um pouco antes deles começarem a me discriminar. "Sai daqui, seu ateu" virou uma frase comum pra mim. Continuavam meus amigos, mas quando não tinham argumentos pra qualquer discussão, essa era a resposta. Aprendi lidar com isso, fingia que eles eram um rebalho, onde seu pastor era um velho cego.

Passada essa fase da minha vida, eu entrava em outra: ensino médio. Lá deparei com uma babilônia de religiões. Mas era muito tranquilo porque ninguém ligava muito pro que o outro acreditava, tinham a acabeça mas aberta. Lá podíamos conversar sobre religião como pessoas civilizadas e isso mudou minha opinião sobre alguns aspectos. Eu já não achava que era um controle populacional (em alguns casos, é sim), e sim uma desesperada forma de aliviar a dor da morte e dessa devoradora curiosidade de saber o que tem depois dela.

Nunca liguei pro que as pessoas pensavam sobre isso, cada um tem a opinião e o direito de acreditar ou não em qualquer coisa. O que me revolta mesmo, o que me deixa irado (e não só a mim) são os safados que se aproveitam dessa necessidade humana de acreditar em algo e lucram com isso. Por trás de]aquela fachada bonitinha da Igreja Universal tem um pilantra montado em milhões de dólares, enquanto seus fiéis lhe entregam o suado trocado do pão.

Isso foi apenas um leve desabafo sobre coisas que estão na minha cabeça a 20 anos e que eu tinha a necessidade de soltar. Um possível capitulo da minha biografia.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Um domingo no maracanã



Debaixo da diversão de um dia num estádio descobri meu talento incontestável para promover eventos.


Contei cada segundo pra chegar minhas férias. Bem disse o dia em que ela finalmente veio. Mas como tudo é perfeito, comecei as férias com uma virose maligna que me arrastou até uns hospitais.

Venci.

Estava pronto pra aproveitar as férias, contava com minha criatividade pra isso.

No geral, me fudi.

Todos os meus planos infalíveis caíram por terra. Sempre se chocando com detalhes que os tornava impossíveis, e por isso, muito mais interessantes.

Repensei todas as coisas que tentei marcar, o resultado é sempre o mesmo, 40% dos envolvidos em cima da hora aparecem com uma desculpa fajuta, um problema grave, morrem, ou esquecem completamente do combinado. Outros 40% vão, mas sempre dizem que está indo obrigado e reclama, sempre acham do que reclamar, me deixando assim completamente envergonhado e desapontado. 10% ficam chateados por eu não os ter convidado e 10% ficam chateados por eu os ter convidado.

Isso, obviamente, quando minha tentativa passa da fase do “vamos marcar”, o que acontece uma vez a cada 53 tentativas.

Imagine você que meu talento é tão incrível que convidei um amigo botafoguense doente pra estar na maior comemoração rubro-negra do mês. Gafe?! Não, falta de talento mesmo.

Maior prova do meu carisma é que desde que minha mãe parou de promover festinhas com painéis e personagens da Disney eu tento antecipadamente marcar algum tipo de comemoração pro meu aniversário, e certamente nunca consigo atenção suficiente pra gerar uma discussão em torno de possíveis locais interessantes, as coisas acabam dando errado e os amigos mais chegados, por pena, acabam indo a um lugar que foi escolhido por acaso.

Mas a pulga sempre fica atrás da orelha. E todos sempre querem que eu apresente um plano pronto, perfeito e impossível.

Então, se é para o bem de alguns, e felicidade geral dos mesmos, diga ao povo que desisto. De novo. Ou não diga, não tem problema.






P.S.: Ter uma camisa com seu nome estampado nas costas pode te render supresas bem agradáveis, como pessoas desconhecidas gritarem seu nome. Como se faz com uma estrela do futebol.


P.S.2: Mesmo que achem perda de tempo, absurdo, perigoso, fedorento, impróprio para filhos e netos, estar no maracanã lotado é sim uma experiência interessantíssima e super agradável.


P.S.3: 12 X sem juros de 129,90 nas lojas americanas!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Wanted: HQ x Filme

E depois daquela vez do cinema ainda vi "O Procurado" mais 3 vezes. Uma no computador, dublado. Outra na TV, dublado. E ontem de novo na TV, dessa vez legendado e provavelmente não vou cansar de ver tão cedo.

Não lembro se eu ou Geraldito já falamos disso em algum blog, mas o filme é sensacional. Mistura cenas de ação com comédia, um enredo bem bolado e uma trilha sonora do caralho. Soma-se a isso tudo a bunda nua da Angelina Jolie. Muito bom o filme em quaisquer termos.

Uma vez falaram que o filme não era bom porque o cara curvava balas, e isso tornava o filme mentiroso demais. Bem, pra você que viu "Duro de Matar 4.0", curvar balas é fichinha.

Mas o principal motivo que me fez postar sobre esse filme após, sei lá, 1 ano depois deu ter visto pela primeira vez, foi que eu conheci o HQ do filme. O HQ tem uma historia toma uma direção completamente oposta e cai no velho clichê americano.

Mostra lá o Wesley Gibson, loiro devo dizer, todo fudido naquele trabalho (a chefe é mo negona!) e o melhor amigo come a namorada dele (que é morena). Depois mostra o pai dele em seu apartamento à noite dizendo que é fodão e que já comeu 5 mil mulheres enquanto gravava um pornô gay. Eu quis parar de ler na mesma hora, mas aí como alguém atirou nas duas bichas, resolvi continuar a ler. O bicha velha quebra a janela e mata 4 francos atiradores, deixando o quinto vivo pra fazer aquele discursinho americano. O cara diz que é só uma isca e o velhote toma um tiro na lata.

Depois dessa cena gay-violenta-americana um velhote branquelo, curvado e com cabelo do Bozo liga pro Wesley e conta toda a verdade pra ele, ou seja, que o pai era um assassino, que ele herdou 50 milhões (em vez dos pobres 3 milhões do filme). Pra ganhar o dinheiro ele tem que entrar pra Fraternidade e mandar todo mundo do trabalho se fuder. Ele cria bolas e faz o que lhe foi pedido e encontra a Fox lá fora (que é uma morena feinha de dar dó) e ela conta toda a história da Fraternidade.

Tear? 1000 anos? Esquece tudo isso! Em 1986 todos os super-vilões da época se organizaram e mataram todos os super-heróis (estes que você encontra nos quadrinhos atualmente) e dividiram o mundo em 5 partes, com 5 mega pica super-vilões que comandam o mundo. Os membros da Fraternidade andam com um broche típico, que os permitem matar, estuprar ou roubar qualquer coisa, sem que lhe aconteça nada. E favor não esquecer das roupas clássicas de super heroi/vilão americano!!

Resumindo toda a ridícula historia dos qadrinhos, os 5 grupos se dividem em 2 lados, onde um defende que a fraternidade deve continuar a controlar a humanidade desse modo que já estava, enquanto o outro defende que ees devem botar as caras pro mundo e matar geral. O Wesley e a Fox ficam do lado "do bem" e ao fim, sobram eles dois contra umas 300 pessoas com poderes nada modestos. Pra nossa "surpresa", eles ganham.

Você deve estar boquiaberto mas também feliz porque conheceu o filme antes do HQ, né? Mas espere! Tem mais! Quando ele termina de matar todo mundo, o pai dele aparece e diz que só fingiu que morreu!!! Aí ele volta a comer a Fox (mesmo a Fox dando pro Wesley durante esse tempo) e mencionam que a Fraternidade vai voltar.

Tão ridículo que chega a dar raiva.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Pelos Caminhos de minha Vida

Daí que eu comecei a ler um livro. Autor antigo, da época da 2º guerra mundial e a história também.

O conto era sobre um jovem escocês de cabelos ruivos que cursva medicina em uma pouco tradicional faculdade de medicina em Glascow. O cara se forma com louvor, embora fosse tão fudido que mal podia pagar o aluguel. Se virou um empreguinho miserável, que dadas as condições, era, como se diz, um emprego do caralho.

Após se formar ele arruma emprego em um navio transatlântico que transportava pessoas até a Índia. Descrevia um surto de rubéola a bordo e todas as suas dificuldades.

depois de anos seu instinto conduziu-o até o cargo de médico assistente em um vilarejo. O livro descreve vários casos que ele manda benzão, diagnóstico do cara é fodástico. Eu me animava cada vez mais com o livro e com os casos. Nem percebia-se a época da trama se não fosse os meios de transporte que ele relatava.

Após a morte do chefe dele, ele se casa e transfere-se para uma cidalela mal aprumada: uma cidade mineira. Logo no primeiro dia ele desce 500 metros numa mina pra amputar um mineiro, cuja perna tinha sido esmagada por um desmoronamento. E eram só coisas desse quilate que aconteciam lá.

Seu espiríto não sossegava em nenhuma lugar, então tratou de juntar suas economias e correr para Londres, onde arrumou ume escritório e começou a prosperar assustadoramente. Atendia famosos e pessoas podres de ricas. Por decisão do destino, paralelamente atendia uns fudidos de uma bairro pobre, por ajuda a uma madre de uma Igreja que lá havia.

Quando se encontrava no auge da sua carreira em termos financeiros e influência social, ele descobre uma doença e resolve se mudar para o campo. Para sua família, ele diz apenas que quer se afastar do tumulto e fazer algo que sempre quis: escrever.

Após turbulentos conflitos mentais, ele termina sem livro e, descrente, envia para uma editora. Depois de quase um mês, ele recebe a inesperada resposta da editora: seu livro era um sucesso e iam pagar um fortuna pelo livro. O cara fica podre de rico.

Nessa parte eu comecei a achar que o livro tinha ficado escroto. O cara foi médico de bordo num transatlântico que ia até a Índia, foi médico de vilarejo e cidadelas mineiras, tinha sido médico de famosos e pessoas de caráter internacional enquanto atendia gratuitamente nas "favelas" e ao fim ainda vira um escritor sinistro. Pensei "Ahhh, abusou demais!!!".

Aí o livro fica muito chato, o cara começa a ficar todo religioso e fica falando de Deus e suas graças divinas (isso durante a 2ª guerra mundial). Blargh.

Mas vale a pena de ler. Principalmente quando você vai logo ni iniciozinho, onde fala sobre o autor. Porque aí você descobre que, na verdade, é uma autobiografia.







Livro: Pelos caminhos de minha vida
Autor: Cronin